Mulheres: denúncias de agressão crescem 306%
Segundo estudo, busca por informação é maior
O medo de denunciar a violência doméstica está acabando. A Central de Atendimento a Mulher Ligue 180, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, registrou no ano passado 204.978 atendimentos, um aumento de 306% em relação ao ano de 2006. Os dados refletem a disposição da sociedade em banir a agressão à mulher.
Foram feitas 117.436 (57,3%) ligações registradas correspondentes a encaminhamentos para setores especializados que possam cuidar do problema da vítima e 20.050 (9,8%) denúncias diretas contra agressões.
Maria da Penha
Para Cecília Soares presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher (Cedim), a busca por informação não deve ser vista como aumento da agressão.
A Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, foi muito divulgada por diversos meios de comunicação, portanto, não podemos associar o aumento de ligações pelo aumento de agressões, mas sim ao aumento de infomação da mulher brasileira – explica.
Os números comprovam a tese de Cecília. De fato, 66.176 (32,3%) atendimentos correspondem a busca por informação sobre a Lei Maria da Penha, que coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. A lei foi aprovada em homenagem a dona de casa de Fortaleza que sofreu seguidas agressões do marido ao longo de seis anos, incluido duas tentativas de homicídio. Há, inclusive, uma homenagem da cantora Alcione, que gravou a canção Maria da Penha.
A letra da música mostra o repúdio à violência doméstica, sofrida por milhares de mulheres por todo o país. No Rio de Janeiro, os locais que mais recebem registro de agressão contra a mulher são nos locais de menor renda e escolaridade. Porém, afirma a presidente da Cedim, a baixa renda e baixa escolaridade não são determinantes na violência doméstica.
Existe essa tendência de associar a violência a baixa renda. Podem ser agravantes, mas tem muita mulher de classe média ou classe alta que sofre agressões do marido. Existe ainda aquele preconceito de que "delegacia não é lugar de mulher direita", então muitas delas preferem contratar um advogado do que denunciar o agressor na polícia. Elas devem registrar o crime na delegacia, não só para ajudar no estudo, mas para receber proteção, também – aconselha Cecília.
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Violencia familiar
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